domingo, 17 de janeiro de 2010

Mestre da Aguarela


Aguarelista notável que também pinta a óleo e a acrílico, dedica-se à escultura e à fotografia e é director artístico da Galeria Actual.

Inspira-o o mar e o quotidiano natural e humano, envoltos por uma sensibilidade que remete ao Oriente.



Falar da aguarela moderna em Portugal é, forçosamente, falar de João Feijó, um jovem artista, irrequieto e introvertido, que alia à sua vocação precoce e bem demonstrada, uma preparação única em todas as técnicas de pintura, com especial relevo para a aguarela, cuja técnica assimilou durante a sua estadia na Alemanha, onde completou a formação recebida no país natal.
Feijó, detentor de uma forte vocação, frequentou os cursos da ARCO e da Sociedade Nacional de Belas Artes portuguesa (SNBA), o que lhe permitiu expor nas mais prestigiadas galerias, não só de Portugal, mas também de vários países europeus, sendo de destacar a sua participação na Feira Internacional da ARCO de Madrid. Sendo, talvez, um dos certames mais exigentes da Europa, esta feira aposta na modernidade de expressão, sempre que isso signifique uma garantia de qualidade, transmita um cunho pessoal e uma grande imaginação na selecção dos temas e na força de os tratar.
Este jovem artista português preenche, em grande escala, todas essas condições «sine qua non» exigidas pelo certame de Madrid, tendo obtido, entre outros numerosos galardões, o I Prémio na Exposição Internacional de Aguarela de Madrid.
Por termos tido a sorte de observar o pintor no seu meio ambiente, podemos afirmar que a perfeição do desenho, a perspectiva formal, os pontos de fuga como valor determinante do enquadramento e uma coloração monocromática, com predominância das cores frias, especialmente os vermelhos, constituem a garantia das obras que o nosso artista apresenta ao público interessado em arte. Como é essencial aos bons aguarelistas, a água corre, em liberdade absoluta, pelo suporte eleito, como se o elemento líquido, por especial graça da sua natureza, soubesse onde ir e como o fazer; só os grandes mestres da aguarela o conseguem fazer e isso está presente nas obras de Feijó que, naturalmente, não repudia o emprego de outras técnicas ou de outros matizes nos seus trabalhos. Torna-se assim necessário referir que, tendo a cor e a matéria como artífices, o artista esquece o que está a pintar e entra num jogo de luz e sombras, de formas rítmicas, de repartição de relevos, que proporcionam ao espectador o clima ideal para que possa entrar em comunicação com o pintor. Isto é o que, em definitivo, constitui a obra de arte bem feita, obra essa que temos de ver, para além de olhar e, acima de tudo, que é necessário sentir, para se captar toda a beleza que encerra a pintura de João Feijó.


Luís Hernández Del Pozo, 11 de Novembro 2008
De la Asociación Internacional de Críticos de Arte (AICA)


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